quinta-feira, 7 de julho de 2011

ARRAIAL FLOR DO MARACUJÁ


Minha contribuição ao Arraial em 2006.

Como já falamos na postagem anterior, o Arraial surgiu em 1983 e abrigou a Mostra de Quadrilhas e Bois-Bumbás que neste ano faz 30 anos de existência.

Nessa trajetória até 2011 ocorreram diversas mudanças de locais para a realização do Arraial, sempre em locais provisórios. Numa dessas mudanças, levaram o Arraial, em 2004, para o mesmo local onde se realiza a EXPOVEL. É aquela história: bom para um e ruim para o outro.

Se não fosse só isso, o Arraial era montado logo em seguida a EXPOVEL. Dava a impressão que só mudava a forma do boi: o boi vivo da exposição agropecuária para o boi fantasia do folguedo boi-bumbá. Até o cheiro dos dejetos fecais dos bois permanecia forte durante o Arraial. Não combinava. Arraial tem cheiro de fogueira, de fogos de artifícios e de comidas típicas. Por lá, o Arraial foi realizado por dois anos, 2004 e 2005. Se continuasse sendo realizado no local da EXPOVEL, o Flor do Maracujá estaria fadado a extinção.

Mas como tudo nessa vida tem algo de positivo, a estrutura do rodeio da EXPOVEL, com suas arquibancadas, camarotes, palco e o espaço, beneficiava apenas a Mostra dos grupos folclóricos que tinha um local maior para as apresentações. No entanto o Arraial é um todo. E o lado mais negativo, dentre tantos, ficava para quem fazia o Arraial. Os barraqueiros e ambulantes levavam prejuízos. Tinha barraca que nos dez dias não vendia um refrigerante, sequer. Portanto, o Arraial estava em decadência devido ao local inapropriado para a festa folclórica.

Em 2006, passei a ser o secretário da Secel e na minha cabeça a salvação do Flor do Maracujá era voltar para o antigo local, próximo a esplanada das secretarias, onde hoje se constrói o prédio da Assembléia Legislativa.

Mas isso me custou, como Secretario da pasta da Cultura um sacrifício, porque muitos não queriam a volta do Flor para o antigo local, inclusive dentro do comando do Governo, da Secel e até alguns “donos” de grupos folclóricos. Mas os contras se renderam quando assistiram a multidão nos dez dias do evento.

O duro nessa volta foi convencer o comandante da 17ª BIS, o general Pinto Homem. Ele tinha relatórios muito negativos a respeito da realização do Arraial no local que pertencia ao Exército. O documento mostrava que o Arraial prejudicava os moradores do entorno, por causa da sonorização; as residências militares eram invadidas; brigas dentro e fora do Arraial; drogas e bebedeiras geravam até mortes. Eu tive que assinar um termo de responsabilidade que se algo desse errado, eu me responsabilizaria por tudo. Assinei o documento. Depois que viu a organização do evento o general Pinto Homem tornou-se um grande admirador do Arraial.

Eu tinha a responsabilidade, em 2006, realizar o 25° aniversário do Arraial com mudanças, não somente de local, mas fazer mudanças estruturais no Arraial, ou seja, fazer a revitalização para tornar atrativo para que o público voltasse a prestigiar o Arraial. Porque a Mostra das quadrilhas e bois-bumbás sempre teve seu público cativo, devido as disputas entre eles.

Como freqüentador do Arraial desde o seu início, percebia que todos os anos era a repetição do ano anterior. Não havia mais aquele entusiasmo de outrora. Foi então, que me aproveitando do cargo, acrescentei diversos serviços e itens que para muitos era impossível, quer pela proposta agressiva, como pelo poucos recursos até então destinado para realização do Arraial. Mas os recursos vieram e dessa forma o Arraial passou a ter, a partir de 2006, outra roupagem e uma dimensão que não para mais de crescer, sendo hoje transmitido até em rede nacional, conseqüência das inovações implantadas naquele ano.

As inovações implantadas ao Arraial trouxeram mais emprego e renda para centenas de pessoas. Até hoje várias empresas são contratadas para atender os serviços que são oferecidos a população.

Mas algumas falhas ocorreram, duas delas gritantes e inadmissíveis para um evento que tem por objetivo a preservação e a divulgação da cultura rondoniense. Encontrei barracas completamente fora dos padrões: uma que vendia “bijuterias” chinesas, que o dono compra em São Paulo, na 25 de Março; e a outra barraca, estava vendendo CD e DVD piratas, uma falha da coordenação que eu acho que nunca mais se repetiu.

Mas vamos ao que foi positivo e inédito:

01 – FINANCEIRO – Foi a partir de 2006 que os recursos financeiros destinados aos grupos folclóricos e a montagem do Arraial foi o maior de todos os tempos, na ordem de 470 mil reais. Antes não chegava a 120 mil reais. Todos os anos a coordenação ficava de pires na mão correndo atrás do empresariado local, mas era pouco para o evento.

02 – LAY OUT – O Arraial foi dividido em três grandes áreas distintas:

1) numa lateral ficou o parque de diversão;
2) ao centro a praça de alimentação, com as barracas e ambulantes, e
3) na outra lateral o Curral e o palco, para apresentações dos grupos folclóricos. Esse formato proporcionou mais espaço para o publico circular;

03 – SEGURANÇA – Pela primeira vez foram contratados 60 seguranças civis, que deu tranqüilidade para os freqüentadores;

04 – BANHEIROS QUÍMICOS – Pela primeira vez foram alocados 50 banheiros químicos. Antes os banheiros eram improvisados com buracos no chão e cercado com tábuas;

05 – ESTRUTURA - A estrutura foi satisfatória, onde colocamos a disposição uma iluminação inovadora deixando o curral completamente iluminado e uma sonorização de alta qualidade que mereceu elogios, contratada de uma empresa do Acre, já que aqui os equipamentos recebiam criticas;

04 – TRANSMISSÃO AO VIVO – Pela primeira vez uma TV de canal aberto foi responsável pela transmissão ao vivo das apresentações da Mostra. Para isso contratamos a Rede TV Rondônia, do grupo SGC. O sucesso foi tão grande que outros canais fizeram o mesmo no ano seguinte. Hoje todos os canais de televisão de Porto Velho fazem questão de transmitirem ao vivo o evento gratuitamente, com isso são responsáveis pelo sucesso de público do Arraial. E ganhou contorno de evento nacional a partir de 2010, quando a TV Record News nacional transmitiu ao vivo para todo país as apresentações folclóricas;

05 – SITE Flor do Maracujá – foi criado especificamente com finalidade de divulgar o Arraial com matérias jornalísticas ao vivo durante os dez dias do Arraial. O jornalista responsável foi o Gonzales;

06 – LANÇAMENTO DO ARRAIAL – Outra inovação que passou a ser parte do Arraial. É o evento oficial que antecede o Arraial e o principal objetivo é apresentar a IMPRENSA EM GERAL o que vai acontecer durante o Arraial, bem como mostrar os folders, cartaz, banner’s, o lay out da camisa, a estrutura e o número de pessoas envolvidas ao evento. Enfim, dar uma satisfação do dinheiro público a ser gasto no Arraial. Assim como mostrar um pouco de cada grupo de Bois e Quadrilhas. Além, é claro do coquetel;

Em 2006, o Lançamento oficial foi no SESC onde em telão foi apresentado o histórico dos 25 anos do Arraial. Naquele dia foi feito o lançamento do livro “O Folclore em Porto Velho – Noções e práticas” de autoria de José Monteiro. O livro foi patrocinado pela SECEL com distribuição gratuita;

07 – ORNAMENTAÇÃO – Foi a inovação mais marcante do Arraial, que trouxe beleza e resgate do aspecto junino da festa, com uma decoração de bandeirolas, balões, bonecos gigantes, fogueira estilizada, portais na entrada e saída do público, etc. Para as bandeirolas serem estendidas, foi colocado uma torre de 25 metros de altura no centro da Praça de Alimentação. Esse item foi o fator de maior destaque do Arraial daquele ano. A proposta foi dar a característica de um arraial dos tempos antigos. Foi um sucesso;

08 – BANDAS MUSICAIS - Antes privilegiavam apenas uma banda para todas as dez noites. A partir de 2006 abrimos espaços para diversas bandas se apresentarem após os grupos folclóricos;

09 – HINO DO FLOR DO MARACUJÁ – A música oficial dos 25 anos do Flor do Maracujá foi encomendada ao compositor e jornalista Silvio Santos, o conhecido Zecatraka; Essa música deveria ser o hino oficial do Arraial;

10 – EXPOSIÇÃO SOBRE A HISTÓRIA DAS FESTAS JUNINAS – A exposição era uma proposta minha que eu já havia feito em 1987, no Museu de Rondônia. Em 2006 tive a oportunidade de incluir na programação do Flor do Maracujá. A proposta da Exposição é didática, com a história da origem das festas juninas, da fogueira e dos mitos que cercam o evento junino. Em 2008 tive a oportunidade de dar melhor compreensão a essa proposta, mas nos anos seguintes foram deixados de lado.

11 – DOCUMENTÁRIO EM DVD – Esse item foi incluído ao perceber que na SECEL não existia qualquer registro fotográfico ou gravação dos arraias anteriores. Foi então que tomei a decisão de contratar uma empresa qualificada para fazer o documentário das apresentações de todos os grupos. Desde 2006, então, temos DVDs com as imagens dos grupos, sendo as cópias arquivadas no Centro de Documentação do Estado e outra cópia destinada a cada grupo que se apresentou na Mostra. Portanto, é uma contribuição da Secretaria para a posteridade, a serviço da população que queira pesquisar e conhecer os nossos grupos folclóricos.

12 – O ARRAIAL A SERVIÇO DO SOCIAL – Em 2006 o arraial retomou uma de suas origens, que era de fazer filantropia. Para isso, destinamos duas barracas para uma instituição (Uveron) que ficou responsável de convidar instituições, como Caixa, Secretarias, Maçonaria, e outras, que a cada noite uma dessas instituições ficava responsável pela venda das comidas típicas e bebidas e o lucro da noite destinado a uma entidade social da cidade.

Imaginem hoje o Flôr do Maracujá sem esses quesitos. Dessa forma contribuímos para revitalizar o Arraial quando éramos Secretário da Secel, em 2006. Nada mais do que nossa obrigação. E torcemos para que cada ano o Arraial receba inovações e recursos financeiros maiores para engrandecer o maior evento folclórico de Rondônia e um dos maiores do Brasil.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Realidade: Semáforos no Trevo do Roque

No dia 15 de março este humilde blogueiro, aprendiz da gramática portuguesa, postou matéria intitulada “Trevo do Roque Precisa de Semáforos”. Até que repercutiu e recebi uma bela crítica de um tal Carlos, que lá continua postada nos comentários. Enfim, os semáforos são realidades e como melhorou o transito naquela área.

Agora vai diminuir o stress das pessoas e os acidentes que eram constantes. Assim como sei criticar, também sei reconhecer e quero PARABENIZAR a prefeitura pela colocação desses equipamentos naquele Trevo.

Porque demorou tanto para isso acontecer.

E da mesma forma como eu pensei, que apenas dois postes com os sinaleiros já fazia diferença, assim o fizeram. Prova que às vezes não precisamos ser engenheiros do assunto, mas ter bom senso para que se faça o mais correto.

Se ainda não temos os tão onerosos viadutos, temos os baratíssimos semáforos para resolver paliativamente o problema daquele trânsito. Valeu.