terça-feira, 15 de março de 2011

Trevo do Roque Precisa de Semáforos

Surpreendi-me com os semáforos instalados nos cruzamentos das Avenidas Rio Madeira com Imigrantes. Após dezenas de acidentes terem acontecidos no cruzamento a Semtran (após estudos, estatísticas, n. de acidentes com feridos e prejuízos) decidiu a colocar os sinaleiros. Será que faltava dinheiro na Prefeitura? Antes tarde do que nunca.

Agora, mais do que nunca, e já vai tarde demais, é necessária a colocação dos semáforos na rotatória do Trevo do Roque. Acidentes alí ainda não são mais freqüentes porque existe certa colaboração dos motoristas que vem na preferencial. Mas já chega.

A Prefeitura tem que Cobrar do DNIT ou da Polícia Rodoviária (se for o caso) os sinaleiros no Trevo do Roque. Aqui vai uma cobrança à Polícia Rodoviária Federal que deve estar presente nos horários de pico naquela rotatória enquanto os sinais não são colocados. Os carros ficam acumulados a espera de um espaço para passar à rotatória de forma perigosa. Um absurdo por parte da Polícia Rodovia Federal que deixa entregue aos desmandos de certos motoristas.

Vejam o n. de veículos na preferêncial, enquanto na BR dezenas de carros ficam à espera.

Inclusive, os ônibus que servem as empresas construtoras das hidrelétricas fazem o que querem quando chegam ali. Ultrapassam de forma perigosa. Portanto, se faz necessário a presença dos policiais rodoviários naquele local nos horários mais críticos.

Quanto deve custar colocar os semáforos ali? Não deve passar de “Hum Milhão de Reais”. Se for bem menos, pego uns amigos e amigas, e vamos fazer pit-stop para arrecadar dinheiro no Trevo do Roque e doar para o DNIT instalar os equipamentos. Precisa disso?

domingo, 13 de março de 2011

Haitianos em Porto Velho: O que fazer?

Mesmo sendo radicalmente contra qualquer tipo de xenofobia, a questão da invasão de refugiados haitianos na fronteira do Norte brasileiro deve ser analisada com cautela, pois quem conhece a história de Rondônia a fundo sabe que a mesma parece estar se repetindo. Outrora, fomos invadidos por estrangeiros vindos de vários lugares do mundo em busca de trabalho na Construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, e cidades pioneiras de Rondônia como Porto Velho e Guajará-Mirim nasceram sob a égide da construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, e esses estrangeiros contribuíram para formação de nossa cultura. Atualmente, pessoas de vários lugares do país, e, agora até do Haiti, se deslocam para Porto Velho à procura de trabalho nas Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira.

Tenho no meu sangue várias etnias: portuguesa, índio marajoara, peruana e boliviana. Sou pura emoção. Sei que vou tocar em um tema muito delicado, mas, se me propus a falar e escrever o que sinto, não posso negar a minha vontade.

O tema é delicado porque envolve emoção e razão. E sabemos que o latino é emotivo, geralmente decide mais pela emoção que pela razão. Por isso, com facilidade “mata por amor”. O matador, ao mesmo tempo, ao ver um beijo de novela, com música romântica tocando ao fundo, se põe a chorar com a cena.

Pois é. Sabemos que o país haitiano é considerado o mais pobre das Américas com uma população miserável. Além disso, a natureza vem castigando duramente seu povo. O último acontecimento foi o terremoto que arrasou o pequeno país e sua população sofre sem limites. Falta tudo. A ajuda humanitária prometida, inclusive pelo Brasil, é insuficiente para atender as necessidades básicas ao povo haitiano. Dá pena e revolta ao mesmo tempo. E vejam a diferença.

Agora mesmo aconteceu o terremoto/tsunami no Japão e mais de 70 países (os mais ricos) estão dispostos a reerguer o país asiático. Os hipócritas norte-americanos ofereceram total apoio e ajuda montando a chamada Força Tarefa da Amizade. Esses “mui” amigos norte-americanos estão fazendo isso porque o Japão não é um país qualquer, a sua economia é forte e se quebrar economicamente, o mundo todo é abalado. Com as atenções voltadas para o Japão, ninguém vai lembrar mais os haitianos.

Voltando ao tema.

Com a miséria e falta de perspectiva de dias melhores em curto prazo, os mais aventureiros e corajosos haitianos estão debandando da pátria miserável para países vizinhos do Continente com melhores condições econômicas, como o nosso pobre Brasil metido a rico. Isso, rico porque é uma das maiores economias mundiais, mas a riqueza está no comando de poucos. Por isso, se dar ao luxo de realizar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada para brasileiros e estrangeiros afortunados. Mas esconde a miséria debaixo da propaganda oficial do Brasil auto-suficiente. O Brasil do Pré-Sal. Com os combustíveis mais caros do mundo, vendido para os pobres brasileiros. Aquele que compra o seu carro para pagar em 60 meses.

Essa “invasão haitiana” começou pelo interior do Acre e chegaram a Porto Velho no sábado de Carnaval, dia 05, a procura de emprego. Boa parte deles tem boa formação e estão dispostos a trabalhar na nova terra prometida, onde a esperança encanta a todos os nossos irmãos haitianos. O brasileiro sempre foi solícito, por isso temos legiões de estrangeiros morando sem problemas no país. Somos assim.

Mas, ai vem o dilema: o que fazer? Mandar de volta? Deixá-los entregues a sorte? Não. O brasileiro nessa hora tem espírito de beneficência. Beneficência que deveria ser praticada de Natal a Natal. Mas não. Sabemos ser solidário quando a mídia coloca no ar o acontecimento da “moda”, ou seja, as tragédias do momento. Por influência das televisões, que sabe que o brasileiro se comove com facilidade, praticamente nos obriga, por meio da comoção, a enviar um quilo de arroz e uma muda de roupa para ajudar os desabrigados. Já ficou distante a recente tragédia no Rio de Janeiro. Mas eles continuam com sua triste realidade. O político mais ainda. Usa a beneficência com dinheiro público. Do bolso, jamais. O governo demora a enviar o apoio necessário por conta da burocracia.

Da mesma forma, a mídia local, ao divulgar a situação triste dos haitianos, nos deixa comovidos. É por isso, que estamos tratando a situação dos refugiados com a mais pura emoção, humanitariamente, olhando horizontalmente, esquecendo, que ao olhar para baixo, vai ver a realidade nua e crua aos nossos pés, com 30 milhões de brasileiros pobres e miseráveis em seu solo. Lembrei-me da dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil que fizeram a música “Haiti” décadas atrás. E sua letra continua atual, ao dizer: “o Haiti é aqui...” Devido à condição de pobreza de muitos brasileiros.

Uma atitude mais sensata e honesta eram os países que cercam o Haiti juntar-se para chamar a atenção dos mais ricos a fazerem investimentos urgentes naquele pequeno país. O Brasil poderia liderar essa campanha. Dessa forma eles não seriam obrigados a deixar sua terra, conseqüentemente, suas famílias, amigos e costumes, para viver em terras estrangeiras. Essa, sim, é a maior contribuição humanitária que se pode oferecer a eles.

Em Porto Velho estamos abrigando os haitianos no ginásio Claudio Coutinho. E estamos muito sensibilizados com eles. Já tem empresários arrumando empregos e o poder público já esta montando um esforço de ajuda. Muito bem.

Mas vamos lembrar que por aqui, onde estão construindo as maiores obras do país, também com dinheiro público, Rondônia possui ainda milhares de desempregados (boa parte com formação superior) e milhares morando com as mesmas condições da pobreza “haitiana”. Não temos escolas suficientes, hospitais e clínicas públicas decente, e outros problemas sociais que não convém repetir. É só abrir as janelas dos apartamentos a partir do terceiro andar dos belos prédios recém construídos, que se avista a periferia com suas mazelas sociais no entorno da nossa “linda” Capital.

Pois bem. Temos notícia que está a caminho da nossa “Porto Velho Cidade de Todos” mais haitianos. Preocupados, o governador Confúcio Moura e o senador Raupp tomaram iniciativa e agendaram para essa terça feira, 15, uma audiência no Itamaraty para tratar do assunto. O Itamaraty tem que agir o mais rápido possível. Antes que essa situação se transforme num flagelo social. Ai o que poderia ser a “porta da esperança” para uma nova vida, poderá ser um trauma ainda maior.