quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

RONDÔNIA: Uma terra abençoada pela natureza

Quem primeiro percebeu isso e preconizou quase como uma profecia, foi o maior desbravador dessas terras chamado Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon (diga-se de passagem, quase esquecido por nossos habitantes rondonienses).

Foi ele o primeiro homem público a acreditar que essas terras eram ricas em quase tudo, quando por anos e anos, no inicio do século passado, teve a oportunidade de dirigir uma equipe de técnicos e cientistas das mais diversas áreas que fizeram levantamentos na geologia, hidrografia, antropologia, mineralogia, clima, etc, e verificou que nas terras que viria um dia se chamar RONDÔNIA, seria promissora, pois tinha riquezas, como diamantes, que ele acreditava que essas minas, sozinha, seriam capazes de pagar as dividas e tornar o Brasil independente financeiramente. Essas minas ele as denominou “Urucumacuã”. Que, particularmente, acreditamos serem os diamantes existentes na reserva Suruí. Mas era na pecuária e na agricultura que Rondon percebia como a grande saída para tornar essa região de oportunidades para todos. E não deu outra. Sua previsão foi matemática.


Em 1943 a maior parte da área desbravada por Rondon passou a ser Território Federal do Guaporé. E logo, em 1956, passou a se chamar Rondônia, para fazer justiça em vida ao grande brasileiro. Sendo o único homem nascido no país que tem o nome de um Estado da Federação em sua homenagem.

Mas foi a parti da década de 70, quando o governador Humberto Guedes planejou a criação do Estado, que Rondônia, por sua vocação agrícola, passou a receber milhares e milhares de brasileiros a procura de um pedaço de terra para ocupar e desenvolver a agricultura e hoje, associado à pecuária, é um dos pedaços do Planeta com maior concentração de gado do Mundo. Exportamos nossas produções para vários países, e somos o Estado da Federação com maior índice de crescimento econômico do Brasil.

Em 1981, mais precisamente no dia 22 de dezembro, foi criado o Estado de Rondônia, e sob a responsabilidade do governador Jorge Teixeira de Oliveira, coronel do Exercito, o Teixeirão. O Estado foi implantado no dia 4 de Janeiro de 1982. Jorge Teixeira tratou de estruturar política e administrativamente o “MAIS NOVO ESTADO DA UNIÃO”, assim chamado pela propaganda oficial divulgado em vários estados brasileiros convidando as pessoas para vir morar em Rondônia, com emprego garantido, como servidor público. Era a Rondônia das oportunidades.
Surgiram no início da década de 80 os principais órgãos públicos, como Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público e a Assembleia Legislativa. Na estrutura do executivo diversas secretarias estaduais foram criadas. Com todos esses órgãos públicos implantados em Porto Velho, a Capital do Estado, passou a ter como base econômica o contracheque do servidor. A economia do contracheque foi forte por longos anos.

Hoje o Estado possui 52 municípios, e pelo menos um terço deles, jamais poderiam ter sido criados. Mas temos municípios que se tornaram prósperos e desenvolvidos, principalmente os do eixo da BR. Ao contrário da cidade de Guajará-Mirim, como o povoado mais antigo de Rondônia, regrediu. De Pérola do Mamoré passou a ser a “Abandonada do Mamoré”. Somente agora o governador Confúcio Moura iniciou um trabalho de revitalização da cidade, em retribuição a maciça votação que recebeu na sua eleição ao governo.


Todos os governadores eleitos e reeleitos na era do Estado, seis ao todo (Jerônimo, Pianna, Raupp, Bianco, Cassol e atualmente Confúcio Moura), deram sua contribuição, de uma forma ou de outra, para o fortalecimento de Rondônia. O interessante que dos seis governadores eleitos apenas dois, Jerônimo Garcia de Santana e Oswaldo Pianna, tinham suas bases eleitorais em Porto Velho. E nenhum dos eleitos é rondoniense de nascimento. Pianna, que muitos acham que é rondoniense, nasceu em Manaus.

E já estamos numa sequência consecutiva do quarto governadores eleitos com bases eleitorais no interior– Raupp, Bianco, Cassol e Confúcio, o que eu acredito que isso enfraqueceu os investimentos para a Capital do Estado no decorrer de seus mandatos, tendo eles que dividir suas atenções com outros municípios do interior. Diferentemente do Acre, que hoje elogiamos a sua Capital, Rio Branco, todos os governadores são acreanos e suas bases eleitorais são da Capital Rio Branco. Isso faz muita diferença.


Nesses 30 anos de implantação do Estado, a imagem negativa ficou por conta da ação de boa parte dos políticos, a maioria deles vindos de outros estados brasileiros, que não tiveram e não tem a mínima consideração e respeito pela terra que os acolheu e, a seus eleitores. Corrupção... Foi à tônica que levou o Estado a ser matéria constante na mídia nacional, com dois presidentes da Assembleia presos pela Polícia Federal suspeitos de corrupção. E um deles não vai fazer parte das comemorações dos 30 anos, por ser considerado, hoje, foragido da Justiça. Como em tudo na vida tem exceções, o Judiciário rondoniense também fez parte dessa imagem negativa, tendo um presidente daquele poder preso pela Polícia Federal.

A primeira composição da Assembleia Legislativa foi formada em boa parte por deputados infinitamente mais qualificados do que se tem nas ultimas eleições para a ALE. Foram capazes de elaborar a primeira Constituição do Estado. Eram eles médicos, advogados, intelectuais, professores, economistas, empresários, nomes como Jacob Atallah (PFL), Oswaldo Piana (PFL), Amizael Silva (PDS), Amir Lando (PMDB), Jerzy Badocha (PMDB), José Bianco (PFL), Tomás Correa (PMDB), Ronaldo Aragão (PMDB), Walderedo Paiva (PFL), Manoel Messias (PFL), Sadraque Muniz (PMDB) e, outros. Como não existem homens perfeitos, alguns deles, no meu entender, estão manchados quando traíram o seu maior líder, o cel. Governador Jorge Teixeira, saindo do partido ao qual foram eleitos, o PDS para a o PFL. O que causou imenso desgosto ao Teixeira.

Primeira edição de bandeira de Rondônia para divulgação (1982). Assim, como o Hino de Rondônia gravado em vinil (janeiro 1982).

Alguns segmentos, como o futebol, regrediu nos últimos anos. Considerado o mais forte da região Norte, hoje os times fazem feio até nas series inferiores do futebol nacional. Com uma Federação viciada e seus dirigentes amadores, levam a falta de credibilidade, por isso a desconfiança da iniciativa privada para investir no futebol rondoniense. Times tradicionais, como o Ferroviário, Moto Clube e Flamengo que tinham torcidas fanáticas, deixaram de existir. A volta do Moto Clube ao futebol, não teve a mesma força do passado.


O poder público também contribuiu para essa regressão futebolística no Estado. Faltaram investimentos na estrutura do esporte de uma forma geral. Na Capital, o estádio Aluizio Ferreira já esta ultrapassado há décadas, o que não incentiva os moradores de Porto Velho a assistirem aos jogos dos novos times que surgiram nos últimos anos. O Gênus é uma exceção e ainda consegue levar torcedores para os seus jogos.

Mas temos muito que comemorar os 30 anos de implantação do Estado de Rondônia. São infinitamente mais aspectos positivos que negativos.


Cidades cresceram ou surgiram e são agradáveis de morar, como Ariquemes, Cacoal, Rolim de Moura, Vilhena, dentre outras; uma agro-indústria que cresce com o passar dos anos; indústrias surgiram por todo o Estado, contribuindo para gerar emprego; a população acima de 1 milhão e meio de habitantes, em que boa parte já são nascidos em Rondônia, jovens que tem seus país vindos de todos os estados brasileiros, principalmente do Sul do país, para terem um pedaço de terra para agricultura. Antes da década de 80 a maioria da população era composta de descendentes nordestinhos e nortistas que se estabeleceram na época áurea da borracha.

Nas comunicações houve avanços significativos. Nas áreas de rádio, televisão, jornal, e telefonia, todo o estado esta coberto; aeroportos de médio porte foram inaugurados, como os de Ji-Paraná e Cacoal; a estrutura viária foram milhares de quilômetros construídos de estradas cortando praticamente todo o Estado.


Na economia o Estado é um expoente no contexto nacional, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescente a cada ano em volume. Rondônia, atualmente, é o 16º colocado no ranking Nacional dos Estados que mais cresceram no País, e, na região Norte, encontra-se como o 2º colocado. Onde o setor de serviços detém 61,6% do valor adicionado do Estado, seguido da agropecuária com 20,3%, e da indústria com 14,6%, sendo o segundo Estado em áreas destinadas ao cultivo de café da cultivar canilon, do tipo robusto, muito utilizado em café solúvel, ultrapassando São Paulo e Paraná.

A pecuária Rondônia desponta como o Estado que mais produz leite na região Norte ocupando a 11ª posição no ranking Nacional, envolvendo aproximadamente 35 mil produtores no Estado. Na produção de grãos o Estado já ultrapassou o Paraná na produção da soja.
Portanto, somos um Estado promissor que ainda tem muito a crescer economicamente, revelando tudo aquilo que acreditava o Patrono do Estado Marechal Rondon.


Mas me propus a escrever para homenagear os 30 anos de Implantação do Estado de Rondônia, que testemunhei esse acontecimento histórico, mesmo sendo um jovem de 22 anos, pude assistir de corpo presente toda a emoção dos rondonienses na emancipação de Território para Estado. Foi o 23° Estado da Federação e que o governo lançou um slogan que circulou por todo o Brasil, e em rede nacional como “O MAIS NOVO ESTADO NO AZUL DA UNIÃO”.

Assisti a grande festa que aconteceu dentro e fora do Palácio Presidente Vargas. Estavam presentes milhares de pessoas que ouviram os discursos de autoridades de vários estados, ministros e do governador Jorge Teixeira. Foi uma festa realmente.


Nesse sentido, em se falando de uma digna festa que a população do Estado merece, nunca mais aconteceu. E nos últimos anos se atrofia mais e mais. Esta faltando mais amor a data, mais respeito ao fato histórico que nos levou a ser um Estado.


Inclusive sugiro ao governador Confúcio Moura, pessoa sensível e conhecedor da emancipação do Estado, que mude a data de comemoração. Passando para 22 de dezembro, data de criação do Estado. Por vários motivos:


A criação de qualquer coisa é vista como importante e por isso é comemorado. Todo ser humano comemora o dia De seu nascimento (criação) e não o dia que foi ao Cartório fazer seu Registro de Nascimento (“implantação” como pessoa), dessa forma estaríamos valorizando sempre a criação, que é a data mais importante, pois sem esse ato, não se teria a implantação. Volto ao exemplo de uma pessoa: ninguém registra alguém no Cartório sem que a pessoa tenha nascido. Por isso a criação, surgimento, aparecimento é demais importante.

Outra justificativa (pessoal) tem a ver com o astral festivo. O dia 22 de dezembro esta no clima das Festas de final de Ano (Natal e Revellion), é um mês envolvente e festivo, então os organizadores deveriam aproveitar para, neste clima favorável, realizar a Festa de Criação do Estado. Até o nosso lindo hino seria cantado com mais prazer.


O 4 de Janeiro, é importante, sem dúvidas, mas não tem o mesmo clima, é o período da ressaca das festas de final de ano. As pessoas, os funcionários, autoridades acabaram de se esbaldar nas Festas de Natal e Ano Novo, já estão esgotados de festejos. Portanto, o 4 de janeiro é ressaca pura. O 22 de dezembro já têm clima de festa, de comemoração.
FELIZ 30 ANOS DE RONDONIA DE TODOS OS BRASILEIROS.

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